quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Borboleta Braba

Ilustração de Patrícia Maria Woll

                                                      Doce e linda
                                                      a violeta
                                                      vivia a chamar
                                                      borboleta

                                                      Mas tão braba
                                                      a borboleta
                                                      que vivia
                                                      a botar banca
                                                      pra pousar

                                                       na violeta:
                                                     - braba, boba, borboleta.

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Encantamento

Löis Lancaster é o nome do moço que assina essa beleza de ilustração: misto de sonho, desejo, silêncio. Dá para conhecer o trabalho dele e de outros ilustradores no Cronopinhos, um espaço mágico criado por uma turma boa da qual faz parte o grande Pipol. Vale a pena espiar!

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

O lápis lilás

Emma Thompson

Hoje acordei à procura de um lápis lilás. Quero pintar dessa cor, as estrelas. Pensei em fazer o mesmo com a metade do céu, no fim da tarde. Aí vou vestir minhas meias com listras laranja – só pra combinar com a bola de fogo amarelo-morrendo-morrendo, pendurada lá no horizonte – e pedir sorvete de uva ao sorveteiro.

E se não tiver de uva? Ora, peço flocos, tiro meu lápis lilás da bolsa e pinto o sorvete de uva, uvinha lilás-meio-violeta. Daí vou jogar petecas amarelas no parque e fazer força, mais muita força mesmo pra não sair usando meu lápis nas flores e plantas dos jardins...

Pintarei somente os bancos: de rosa-espantado. Acho que essa cor cai bem num céu meio lilás.

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Liplixtibum



Uma fada sussurrou no meu ouvido: liplixtibum. Eu nunca tinha escutado esta palavra antes e a fada, depois de me acordar, saiu voando. Fiquei com a palavra na mão e resolvi guardá-la numa caixa sem tampa. Mas ela escapou da caixa e foi parar na boca de um besouro que cochichou para as flores: liplixtibum. Elas ficaram encantadas com a sonoridade do que ouviram e para agradá-las, o besouro separou a palavra e a distribuiu entre as pétalas de margaridas, petúnias e violetas.

E numa tarde de primavera vieram as abelhas, que cataram as sílabas e levaram para casa os pedaços da palavra... A abelha-rainha, enfastiada de mel e sono, ao ver o presente saiu dançando e cantando pela colméia: liplixtibum.

Depois da festa, o mel escorreu pelo tronco da laranjeira e seu perfume era tão adocicado que a dona do quintal resolveu antecipar a colheita. E enquanto juntava o mel, viu lambuzada, no fundo do pote, a estranha palavra.

A boa senhora correu para mostrar à neta silenciosa o que havia encontrado dentro do pote. A menina arregalou os olhos ao sentir na ponta dos dedos liplixtibum. E como se todas as palavras morassem em uma só, começou a falar sem parar. 

E tanto falou que um dia ouvi no vento uma de suas histórias: “Uma fada sussurrou no meu ouvido: liplixtibum. Eu nunca tinha escutado esta palavra antes e quando ia perguntar o que significava, a fada saiu voando. Fiquei com a palavra grudada na mão e resolvi guardá-la numa caixa até descobrir o que era. Mas a palavra escapou da caixa e...”

...O vento parou de repente, sem contar o resto da história - que espalhou-se pelo reino das fadas! E até hoje é lá, onde vivem as palavras mágicas, que esta e outras histórias esperam. Esperam pela boca de um besouro ou de menina. Esperam por alguém que procure o significado de liplixtibum.


domingo, 18 de dezembro de 2011

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

A Preguiça


O bicho-preguiça é esperto,
leva a vida muito mansa: 
não tem pressa, dorme em árvore 
e, tranqüilo, enche a pança! 
 Dos galhos onde se deita 
ele vê a tarde manhosa 
e numa frase-poema, diz: 
Ai, que preguiça gostosa!

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

É manja, pipa, pião!

Pieter Brueghel

Cordinha, amarelinha, manja, queimada, carrinho de rolimão, pipa, pião, peteca, cinco marias... Quantas brincadeiras há por este país e quem são as crianças que ainda as conhecem e, o mais importante, se divertem com elas? Foi com o objetivo de responder a esta pergunta que a equipe jornalística da Folhinha, do Jornal Folha de São Paulo, esticou suas viagens e alcançou, na segunda edição do site Mapa do Brincar, o Acre e suas regiões fronteiriças com Peru e Bolívia. O esforço resultou no aumento do número de registros: em 2009 foram 550, enquanto a nova edição reúne 750 brincadeiras (e os diferentes nomes que ganham de acordo com a região). Um trabalho que vale a pena conhecer e espalhar! Veja aqui.

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Mostra Coletiva


Os alunos do curso de Cinema e Vídeo da Usina de Artes, em Rio Branco, exibem nesta sexta-feira, 9, no Cine Teatro Recreio, dez curta-metragens produzidos para o final de mais um semestre. A mostra coletiva é aberta ao público e a exibição será a partir das 19h. Vale conferir.

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Vamos ao cinema?

O nariz de Anaís

R. Cosimi


Descobri que roubar nariz é a minha especialidade...

Gosto de pegar e esconder na mão o nariz de Anaís. O de Clara não dá mais, não! Cresceram os dois, Clara e seu nariz. E quando crescem os narizes, as crianças deixam de acreditar que podemos tirá-los do rosto e guardá-los em nossas mãos.

Acho isso uma pena, pois não há nada mais divertido que apanhar um nariz emprestado por alguns minutos. Faço isso com a pequena Anaís: junto o mata-piolho e o fura-bolo, puxo o nariz com jeito, escondo-o na concha da mão e depois digo que vou tirar só um pedacinho, porque é muito gostoso “comer” nariz!

(No começo ela não gostava, não. E todas as vezes que tirava dela o nariz, era a maior confusão! Tinha que devolver rapidinho. E se ficasse torto, eu que tratasse de arrumá-lo como sempre esteve: no meio do rosto, empinadinho.)

O nariz de Anaís tem o gosto de ambrosia e é molinho, molinho. Só que também está crescendo e logo, logo será como o de Clara: coladinho de tal maneira que não há dedo que o consiga tirar do lugar.

Por isso, sempre que posso, pego um pouquinho o nariz de Anaís...

Como disse antes, descobri que esta é a minha especialidade: roubar narizes. Acho que é porque me lembram cogumelos - e eu adoro cogumelos!

P.S. Mais um texto do futuro-extinto Liplixtibum.

domingo, 4 de dezembro de 2011

O sonho azul

Henri Matisse

Eu tive um sonho azul
como as paredes
da casa de minha avó

Azul clarinho
como o vaso da janela
onde pousam as margaridas

Tão azul que o céu pareceu
pequeno e o mar
um risco num papel sem graça

Eu tive um sonho azul
E acordei assim,
todo azulado!

sábado, 3 de dezembro de 2011

Adeus, Liplixtibum!

Foi no começo de uma noite curitibana, em julho de 2008, que o ator e contador de histórias Guga Cidral abril sua caixa de mágicas para dar voz ao menino Tonho, personagem central do Quem tem medo do Mapinguari?. Acompanhado de Paula, Guga conduziu crianças e adultos pelos caminhos da floresta, com seus barulhos, bichos e mistérios. E quase me fez esquecer do medo que sinto dessa história de sessão de autógrafos!

P.S. Esta postagem faz parte do meu blog Liplixtibum. Como resolvi tirá-lo do ar, postarei aqui os poucos arquivos de lá!