
R. Cosimi
Descobri que roubar nariz é a minha especialidade...
Gosto de pegar e esconder na mão o nariz de Anaís. O de Clara não dá mais, não! Cresceram os dois, Clara e seu nariz. E quando crescem os narizes, as crianças deixam de acreditar que podemos tirá-los do rosto e guardá-los em nossas mãos.
Acho isso uma pena, pois não há nada mais divertido que apanhar um nariz emprestado por alguns minutos. Faço isso com a pequena Anaís: junto o mata-piolho e o fura-bolo, puxo o nariz com jeito, escondo-o na concha da mão e depois digo que vou tirar só um pedacinho, porque é muito gostoso “comer” nariz!
(No começo ela não gostava, não. E todas as vezes que tirava dela o nariz, era a maior confusão! Tinha que devolver rapidinho. E se ficasse torto, eu que tratasse de arrumá-lo como sempre esteve: no meio do rosto, empinadinho.)
O nariz de Anaís tem o gosto de ambrosia e é molinho, molinho. Só que também está crescendo e logo, logo será como o de Clara: coladinho de tal maneira que não há dedo que o consiga tirar do lugar.
Por isso, sempre que posso, pego um pouquinho o nariz de Anaís...
Como disse antes, descobri que esta é a minha especialidade: roubar narizes. Acho que é porque me lembram cogumelos - e eu adoro cogumelos!
P.S. Mais um texto do futuro-extinto Liplixtibum.
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